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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu tenho uma V-A-G-I-N-A e não vou me desculpar à sociedade por isso.

Olá, garotas! Hoje é uma quarta-feira, logo é o MEU dia :D

Eu fiquei pensando, sabe, sobre o que escrever. Apesar de desejar um tema leve e bobo para contrapor com meu post anterior sobre política, eu não queria ser leve e boba - estamos na semana de eleições! Então eu pensei e pensei até decidir escrever sobre... mulheres. Isso aí. O tema de hoje é o sexo feminino, biologicamente conhecido por ter cromossomos XX. (eu errei essa parte, mas eu a tinha escrito sem conferir nada risos. thanks, joubs!) Mas o post não é só para mulheres lerem: homens também estão convidados :)

Esses dias minha amiga me chamou de paranóica. Ela disse isso porque, de acordo com ela, a sociedade não é tão machista assim. Ela disse também que feminismo era uma bandeira que ela não ergueria, porque acha ridículo. Ela acha ridículo levantar qualquer tipo de bandeira, essas foram as palavras. Então ficamos num impasse: eu a acho alienada, ela me acha paranóica. O fato é de lá pra cá fiquei pensando nisso e pensando se eu realmente era paranóica, se eu realmente precisava desse feminismo todo que eu tenho e fiquei reavaliando minhas posições. E sabe qual foi a conclusão que cheguei? Que, sim, eu preciso de todo esse feminismo. E que eu preciso ser mais ainda, porque se depender de pessoas como a minha amiga, nós continuaremos ouvindo cantadas grosseiras e sermos expostas como objetos de desejo. Porque, minhas queridas, eu preciso acreditar que um dia as mulheres terão os mesmos direitos que os homens em TODOS os aspectos: legalmente, sexualmente, só não rola biologicamente (vocês entenderam!). Porque se eu continuar acreditando nisso, então é isso que me motiva a continuar com a Descapricho. É isso que me motiva a protestar, criticar, sambar em cima da mídia feminina, dos machistas que nos tem como propriedades e das pessoas que acreditam que o feminismo já morreu. Porque é contra isso que o blog se formou: contra as revistas femininas que ditam quem devemos amar e quem devemos odiar.

Então eu resolvi trazer aqui alguns questionamentos. Eu não quero que você leia isso aqui e se sinta obrigada a pensar como eu. Não é minha intenção falar minha opinião. Eu só vou fazer algumas perguntas e eu quero que vocês pensem nelas. Não pense na resposta mais óbvia, porque elas não tem uma resposta definida. Eu quero que vocês comentem essas perguntas, que você tente descobrir porque essas diferenças existem. Eu quero que vocês discutam e analisam qual é o lugar que você ocupa na sociedade. E não quero que vocês se acomodem, sempre pensando na resposta mais fácil. É muito fácil propagar crenças arraigadas e é muito difícil questioná-las.

Mas eu quero que você questione. E questionar, lutar, protestar mais, mais, mais até as coisas mudarem.

1. Por que o maior destaque das revistas femininas como Capricho, Nova, Claudia, Atrevida, Todateen, Gloss é voltado para moda e beleza? Você acha que a mulher nasce já se preocupando com moda? Você nasceu já vaidosa? Ou você foi criada assim?
2. Por que tudo bem pros homens comprarem a Playboy que combina mulheres nuas com política e economia, mas se nós quisermos ficar olhando homem pelado + ler política e economia, nós temos que comprar revistas gays E revistas específicas sobre política e economia? Por que não há uma revista feminina voltada a homens pelados, política, economia e moda? Você acha que esses assuntos não podem ficar em uma mesma revista?
3. Por que as pessoas sentem nojo de menstruação? Por que os homens sentem nojo ao imaginar sangue se esvaindo e por que a gente acredita que esse sangue é sujo? E ao mesmo tempo os próprios homens não acham que o esperma ejaculado é nojento?
4. Por que há constrangimento entre as mulheres ao falar de masturbação? Porque acreditamos que isso é errado e sujo, mas os homens não vêem problemas e até contam vantagem? Você realmente acha que masturbação é algo sujo e pecaminoso? Você realmente nunca fez?
5. Por que acreditamos que uma garota "deve se valorizar"? Qual é o problema de ela desejar e ficar com quantos caras ela ficar? Você acha que ela vai ser menos digna de respeito ao ter vários parceiros? Você acha justo que uma garota receba tantos nomes caso ela queira ficar com várias pessoas?
6. Por que há tantos nomes para classificar a vida sexual de uma mulher (vadia, piranha, vagabunda, biscate, piriguete, puta, cadela, cachorra, vaca, saidinha, dada, rodada, etc), mas tão poucos nomes para fazer o mesmo com um garoto (garanhão, galinha, putão)?
7. Por que ninguém vê problema em Eminem xingar quantas pessoas, inclusive a mãe, mas quando Christina Aguilera, Madonna, Britney Spears ou até mesmo Miley Cyrus falam um palavrão ou se insinuam, as pessoas já as chamam de vulgares? Não é a mesma coisa? Por que Eminem e tantos outros rappers que xingam mulheres em suas músicas são idolatrados, mas as mulheres que fazem a mesma coisa são tidas como vulgares?
8. Por que Elisa Samúdio foi considerada mais culpada do que vítima por muitas pessoas? Você acha que o fato de ela ser atriz pornô a desclassifica como pessoa decente? Você acha que Bruno tinha o direito de matá-la, independente da forma que ele fez? Quando você viu a notícia, você pensou o quê primeiro? "Ah, ele acabou com a vida dele" ou "ela não vai mais viver"? O fato de ela ter sido maria-chuteira a responsabiliza pelo assassinato? Se ele não queria sofrer o golpe da barriga, por que ele não usou camisinha? E por que ninguém pensou que a responsabilidade de evitar filhos também é dele?
9. Por que a garota de 13 anos que foi estuprada em Florianopólis foi tida como culpada pela violência que sofrera? Você acha errado que uma garota vá para casa de pessoas que ela considera amigos? Qual é o problema de ela ir para uma casa onde há três homens? Você acha que ela estava "fácil"? E ainda que a garota fosse fácil, você acha que isso justifica um estupro? Você consegue se imaginar na mesma situação que ela? Você nunca foi para casa de um amigo onde só tivesse caras? Você acha que seria culpada se seu ex-namorado te estuprasse?
10. Você acha realmente que se você sair de minissaia, está mais exposta a um estupro do que se sair vestida como uma freira? Você acha certo que uma garota seja condenada pela roupa que use? Por que as pessoas preferem que a garota "se comporte" do que punir os estupradores? Você acha que isso adianta, se mais de 60% dos estupros no Brasil são cometidos por pessoas que conhecemos e que, geralmente, amamos como pais, primos, irmãos, avôs, padrastos, namorados, amigos?
11. Você acha realmente que homem gosta mais ~ pelas leis da natureza ~ de transar do que mulher? Então por que somente nós temos um órgão especialmente para o prazer?
12. Você acha que atrizes de filmes pornôs merecem o mesmo respeito que freiras?
13. Você acha normal que as propagandas de produtos de limpeza enfoquem em mulheres e não em casais? Você acha que a obrigação de cuidar do lar é algo natural para você? Você gosta das atividades domésticas?
14. Por que rosa é cor de mulher e azul é cor de homem? De onde que veio isso, se antigamente, na França, mulheres eram embaladas em lençóis azuis por ser a cor da Virgem Maria?
15. Você acredita na frase de que "quem gosta de homem é gay, mulher gosta mesmo é de dinheiro"?
16. Você acredita que as meninas são mais falsas do que meninos? Se sim, por quê? Se não, você acredita que essa história surgiu de onde?
17. Por que é comum que quando uma mulher é traída pelo seu namorado, ela resolva tirar satisfação com a amante, e não com seu namorado? Não é o namorado que deve fidelidade? O que a amante tem a ver com a história? Ela deve receber a culpa maior da traição? E quando o contrário acontece: o homem que é traído, porque geralmente o homem que toma satisfação com a própria namorada, às vezes degenerando em crimes?
18. Você realmente acredita que o aborto é permitido em casos de estupro em respeito aos nossos corpos?
19. Quando uma mulher é estuprada e resolve abortar, há apoio porque a mulher não tem a culpa de ter engravidado. Mas quando uma mulher é irresponsável e deseja abortar, porque sempre lembram que o feto é uma vida, que o corpo não é todo dela e que o feto não tem culpa da irresponsabilidade? A vida não é a mesma em casos de estupros e irresponsabilidades? A única coisa que mudou é que num caso, o pai é agressor, noutro os pais são irresponsáveis. Mas por que somente a mulher que leva a culpa por desejar acabar com uma gravidez indesejada? Porque o feto leva a culpa do pai ser estuprador, mas não pode levar a culpa se a mãe é irresponsável? Ou você acha que essas comparações são descabidas? A vida de um estupro tem menos valor do que a vida gerada por irresponsabilidade?
20. Por que há tanta violência doméstica? Por que a mulher é considerada fraca e submissa? Por que achamos normal que haja agressão contra mulheres na TV e que essas cenas sejam justamente para dar o ibope? Por que torcemos para que a mocinha e a vilã se batam? Por que quase sempre a mocinha é a moça mais comportada e casta e a vilã é a moça que tem vários parceiros? Você acha que isso é coincidência? Por que a redenção das mulheres más nas novelas quase sempre vem com o casamento ou com um relacionamento monogâmico? Por que tantas pessoas amaram a surra que Dedina, da novela A Favorita, levou? Você acha que o fato de ela ter traído o marido justifica uma surra? Por que uma mulher exercitar sua sexualidade, seja ela solteira ou casada, é algo que a sociedade ainda condena?
21. Ainda relacionado à pergunta acima: você lembra da novela Mulheres Apaixonadas? Por que Dóris, a personagem que xingava e maltratava os avós, apanhou não por ser grosseira com seus avós, mas por ser flagrada transando? Porque a cena de sua humilhação pública consistiu em ela seminua? Você acha isso normal?
22. Ainda relacionado à novelas: das mulheres na novela Viver a Vida, porque a personagem mais chata, preconceituosa, insuportável, mandona, resmungona e mal-humorada era justamente a mulher que sustentava o marido e tinha o trabalho que servia para libertar muitas mulheres (fotografar mulheres de meia-idade em posições mais sensuais, para valorizar a auto-estima)? (para quem não se lembra, a atriz era Natália do Vale e ela fazia a mãe chata dos gêmeos)
23. Por que mulheres que não querem ter filhos são frequentemente questionadas a respeito? Você acha que a maternidade é algo que toda mulher deveria passar? Você acha anormal que uma mulher não queira ter filhos?
24. Por que mulheres são constantemente avaliadas por sua beleza? Você acha justo que a gente tenha sempre uma patrulha por perto para avaliar que nosso peso, cabelo, rosto estão fora do padrão? Você acha justo que o "se cuidar" virou sinônimo de vaidade? Você acha que fazer unhas e fazer depilação íntima é "se cuidar"?
25. Para quem a gente faz depilação íntima? Para nós ou para nossos namorados?
26. A pergunta mais importante: você acredita que o feminismo é necessário no nosso cotidiano?


Estão me achando paranóica? Pode ser.
Mas antes leiam as perguntas e respondam de acordo com seus princípios. Posso até extrapolar os limites em cinco ou seis perguntas, mas eu tenho a certeza absoluta de que todas essas coisinhas não existem só na minha cabeça.


tem certeza?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quando alguém nos tira a alegria de viver.

Assunto sério, honeys!

Então é hora de prestar atenção no que vou falar, porque isso é importante. O caso é que fiquei sabendo ~ eu e toda comunidade Capricho online ontem ~ de um caso horripilante. Não, não é o goleiro que desossou a Elisa e todos os pormenores desse caso escabroso. Sem piadinhas, por favor. É de um caso que tá rolando em Florianopólis, Santa Catarina. Ou seja, Brasil mesmo. Ao que tudo indica ~ já que sempre se pode inventar um boato na internet, mas você sabe, é um gancho pra meu post ~ uma garota de 13 ou 14 anos foi estuprada por uns três rapazes, igualmente de 14 anos. O caso foi denunciado no blog Tijoladas do Mosquito e ganhou repercussão ~ ou não, considerando que não sei se passou na Globo (acho que não), mas sei que passou na Record. O caso está sendo abafado porque um dos estupradores é filho do diretor da RBS (a empresa que comanda o setor de comunicação de Floripa).

Mas o que eu quero discutir aqui é que essa realidade é muito mais presente do que a gente imagina. Um dos caras era ex-namorado da garota. Todos os três estudavam em escolas particulares, eram ricos, bonitos (bem, há controvérsias, mas não interessa: eles são considerados bonitos) e tudo o mais. Eram colegas de sala - e foram capazes de estuprar uma garota.

E mesmo que tudo isso seja mentira (o que duvido), que a garota esteja mentindo (duvido mais ainda), não importa: eu tenho o gancho para o post de hoje.

Estupro é um assunto sério. MUITO sério.

Eu fico seriamente preocupada com essas garotas que sempre agem pensando mais no que a vítima fez para ser culpada do que no crime em si. Eu chamo isso de 'culpabilidade da vítima'. Sabe quando seu amigo é assaltado às 3 da manhã e estava escutando música? O que ele ouve?
"Quem mandou você sair com mp3 na rua à essa hora???"
O negócio é que, na teoria, TODO MUNDO devia poder sair na rua com ouro transbordando na bolsa às três da manhã e e estar em segurança. Tipo... quem tá errado é o assaltante, não é a vítima! Mas como todo mundo pensa assim ~ sem nem perceber (sim, eu só fui perceber isso na, hã, última semana) ~ e propaga esse sistema, a gente acaba gerando um país ainda mais violento que o correto de se fazer é ficar dentro de casa e ponto final. Quando na verdade as coisas não deveriam ser assim.

Enfim, acho que as pessoas estão fazendo isso demais com estupros.

Basicamente os comentários mais repetidos em relação a esse tema:
"Quem mandou ela beber?"

Quem mandou ela ir na casa deles? Ela sozinha com três rapazes? Boa intenção não tinha..."

Não estou exagerando. Essas frases foram repetidas, confirmadas e repetidas - qualquer um que tenha lido um tópico de Orkut ou qualquer coisa do tipo vai ler isso, de alguém. Ou já ouviu (caso Eliza: ah, mas também ela era atriz pornô e maria-chuteira... é nisso que dá correr atrás de homem!). Enfim... temos uma tendência absurda de ficar procurando o menor traço que puder culpar a vítima. E, claro, na nossa linda e maravilhosa sociedade machista, as mulheres costumam pagar mais alto. BEM mais alto =///

Então como eu não quero ficar só falando e falando, queria passar algo de útil. Eu lembrei de uma matéria antiga na CH que falava de como evitar, pelo tempo possível, que você seja estuprada. E eu queria repassar essas dicas, porque eu acho muito importante, sabe.



"Mãe, estou indo, volto às dez!"

Leve um spray de pimenta. Ou qualquer coisa que irrite os olhos - perfume, álcool, até água pode agir no susto. Pegue um frasquinho, faça uma mistura (eu misturei água ~ limão ~ um pouco de pimenta ~ um pouco de perfume) e ao andarem na rua, tentem ficar com o frasquinho a fácil acesso: na sua mão, no bolso do casaco que seja fácil tirar, mantenha a mão na bolsa.

Pode não funcionar sempre. Mas se você tiver presença de espírito, é sacar, espirrar e sair correndo. Essa é a tática. Assim como guardas-chuvas, cadernos, chaves (pequenas, mas tente enfiar uma delas no seu olho!) e todas aquelas lutas emocionantes que você assistiu em desenhos animados: tudo pode valer sua vida. Os pontos mais fracos, sabemos, são o nariz (um murro bem dado...), as mandíbulas, o abdomên e os pés. Se você for do tipo vaidosa com unhas longas, use essa vantagem e enfie as unhas em partes frágeis do corpo de imediato. Mas sempre a mesma tática: contra-ataque de surpresa e saia correndo!

Obviamente se ele vier com uma arma, você pode acabar não fazendo isso. Mas de acordo com uma pesquisa feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro ~ que não consigo comprovar sua veracidade ~ apenas 2% dos estupradores possuem armas. Eles dizem que é porque na prisão a pena para estupro não armado é de 3 a 5 anos e estupro armado é de 15 a 20. Mas eu fui olhar na Constituição e tá assim:

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)


Só eu que achei pouco? Pra mim era prisão perpétua + castração química. O negócio que você pode não ter entendido em "menos de 18, mais de 14", é porque ~ segundo a lei ~ menor de 14 anos é vulnerável e há um artigo específico para isso. Vamos observar isso com mais detalhes, certo? É muito importante saber de que forma a lei pode proteger você!

E houve uma mudança bem ruim na lei D:
Antes atentado violento ao pudor e estupro eram considerados diferentes. Estupro era, digamos, a concretização final da coisa. A penetração, enquanto o atentado violento eram as coisas diversas. Antes os advogados podiam pedir a pena somada (x anos de estupro mais y de atentado) se o estuprador, por exemplo, forçasse sua vítima a sexo oral. Mas agora é a mesma coisa e advogados não podem mais fazer isso :(

E a maior preocupação costuma ser a roupa. Nós sabemos bem como os canalhas podem fazer com que a gente se sinta culpada por ter "provocado" um estupro por usar uma minissaia (exemplo clássico). O que eu quero dizer é: não importa realmente com que roupa você esteja. Se você parecer um alvo fácil, se você está em uma rua deserta e se ele não tem escrúpulos (desde quando estuprador sabe o que é isso?) - ele vai te atacar. Esteja de minissaia ou de freira. Porque é como a pulseira do sexo: uma desculpa esfarrapada que eles usam para fragilizar. É triste ver que mulheres são vistas com suspeita por se vestirem de forma "não adequada", sendo alvos fáceis de estupros, porque são as mais desconsideradas pela sociedade. É como prostitutas: por serem o que são, sofrem estupros sucessivos e há muito pouco movimento, porque a sociedade ainda pensa daquele jeito "quem mandou oferecer o corpo? agora aguenta!". É assim que funciona.

Dica número 01: eu SEI que é um saco. Mas quando você estiver indo para sua casa - saindo da escola ou saindo da casa de alguém, não importa, ligue para seus pais/irmãos/amigos. Nem é por 'ser chata', é porque se acontecer alguma coisa contigo, as pessoas já vão estar de alerta e "não achar que você ainda está no shopping/curso/escola/casa de amigo". Acredite: isso pode fazer toda a diferença.



"Estou na rua, sozinha, e eu estou com medo."

Dica básica da mamãe: fique atenta e não converse JAMAIS com estranhos. A rua que vai do ponto de ônibus até minha casa, por exemplo, é uma ladeira e embora seja curta, ela é perigosa quando anoitece: minha irmã já foi assaltada ali (duas da tarde, nem era noite) e minha mãe já viu um tarado se masturbando diante dela, só pra provocar (depois disso, ela passou a me buscar no ponto em vez de me deixar subir sozinha). E vizinhos contam histórias parecidas.

Sempre escolha a rua mais movimentada, mesmo que seja mais comprida. NUNCA, NUNCA, NUNCA pegue um "atalho". É muito arriscado. Até vai se for de dia, tiver movimento e tal, beleza. Mas em cidades violentas como a minha, pegar um atalho é praticamente pedir pra ser encurralada. Sejam terrenos baldios, sejam ruelas estreitas - evite-os sempre. Vai demorar um pouco mais para chegar em casa, mas vai ter casas. Vai ter lojas. Vai ter algum poste de luz.

Mantenha-se, se possível (se você está em uma rua realmente deserta), no meio da rua. Eu sei, chama atenção pra caramba. Mas é por isso: se uma alma bondosa passar por ali, ele vai te ver. E é mais fácil de escapar do que se você andasse na calçada e ele te encurralar num canto. Claro, não vai funcionar se não for um e sim um grupo - mas aí você lança a artimanha:

1. Grite FOGO! É mais eficiente do que gritar 'socorro!' porque as pessoas tem medo de socorrer, mas adoram ver o circo pegando fogo. Vamos utilizar desse sadismo da humanidade ao nosso favor!

2. Dica de minha mãe: sentiu que está ameaçada? Sentiu que tem alguém te seguindo? Não interessa, não espere para confirmar (você pode se arrepender!), TOQUE A CAMPAINHA da primeira casa que ver. Você conhece quem mora? Pouco importa. Se você tiver sorte (isso é, se não tiver uma família a la Serra Elétrica na casa), alguém vai vir atender, vai te perguntar e você pode pedir um copo d'água. Não sei se essa dica funcionou alguma vez, mas eu resolvi repassar. Vai que ela funcione com uma de nossas garotas?

A técnica é tentar despistar, tentar sair do campo de visão dele, tentar fugir.

3. Corra. Isso aí, CORRA!

4. Se você pode contar com a sorte de ter pais sempre com algum dinheiro ou qualquer coisa e está longe demais da casa, pegue um táxi.



"Aconteceu. Merda."

A dica que a CH dava era ~ durante o crime ~ tentar observar e gravar as características físicas do agressor. Tatuagens, cicatrizes, formato do rosto, nariz, olho, etc. Mas eu acho que nesse momento estaríamos gritando desesperadamente em busca de paz - bem longe do canalha, então essa dica fica aqui, mas não acredito que alguém realmente consiga seguir isso.

Se você foi estuprada e está livre, CORRA para a delegacia ou hospital mais próximo. O Ministério da Saúde assegura que todo hospital com serviços ginecológicos e/ou de obstetrícia TEM que oferecer apoio às vítimas de estupros. Você fará o procedimento básico, o exame de delito que comprovará o estupro, tomará o coquetel anti-AIDS que pode prevenir, as pílulas do dia seguinte. Você não precisa se expor ao constrangimento de fazer um BO se não quiser. Toda a lista de coisas obrigatórias que devem ser feitas ao chegar uma vítima de estupro:

• prevenção da gravidez pós-estupro, com prescrição da anticoncepção de emergência que impede a gravidez em até 98% dos casos se a mulher procurar o serviço de saúde em até 72 horas após o estupro. O método tem mecanismos de ação semelhante aos demais anticoncepcionais hormonais;
• prevenção das doenças sexualmente transmissíveis;
• prevenção do vírus do HIV;
• prevenção da hepatite B;
• assistência psicológica;
• atendimento clínico e ginecológico;
• orientações para doação do recém-nascido quando a mulher tomar esta decisão;
• encaminhamento das vítimas à delegacia e instituto de medicina legal sempre que receber relato de estupro ou outro tipo de violência sexual;
• atendimento humanizado para a gestante que não aceita levar a gravidez adiante.


A parte psicológica é essencial para que a mulher consiga superar o crime. NUNCA será culpa se você for estuprada. Sim, você pode ter uma vida normal depois. Sim, tem homens legais que tratam as mulheres com respeito e que jamais te machucarão. Mas a parte mais triste desse post é que as estastísticas dizem que a maior parte dos estupros não vem dos desconhecidos.

Não adianta gritar 'fogo!' pra eles. Porque 65,5% dos acusados eram conhecidos das vítimas. Eram pais, eram maridos, eram irmãos, eram primos, eram amigos, eram ex-namorados: como o da garota que começou esse post. E aí vem a parte boa de estupro ter sido unificado com atentado violento: o abuso sexual com toques e línguas cometido por muitos homens contra crianças recebe uma punição mais severa, como equivalente ao estupro. E igualmente repito a mesma coisa: se você sofre/sofrer qualquer tipo de abuso, DENUNCIE.

O seu silêncio só vai te fazer sofrer mais, e nem sempre conseguimos superar os nossos problemas sozinha. É preciso falar para entender e conseguir superar e conseguir entender que não é nossa culpa, e que mesmo que um homem totalmente canalha use a gente como, sei lá, boneca inflável, não é por isso que você tem que se sentir uma. Imagino o quão doloroso pode ser passar por abusos e estupros, mas dá para enxergar uma luz no fim do túnel. Mas isso vai ser impossível se continuarmos com essa mentalidade de "ela mereceu", né?

Dicas Aleatórias

• Eu vi uma notícia aqui de uma garota de 11 anos que conseguiu evitar ser estuprada ao se fingir de morta. Não vou te dar isso como dica, mas você pode pensar nisso na hora + ter sorte. Não é uma saída muito ruim, na realidade... aqui na minha cidade, houve um cara que estuprava e matava, deixando a cidade em caos. E a polícia conseguiu botá-lo na prisão quando uma garota se fingiu de morta (não sei se antes ou depois do estupro) e escapou. Depois que ela deu todos os dados (modelo de carro, etc), ele tentou pegar duas garotas (de acordo com o que ouvi, eram prostitutas mirins, sabe, novinhas) que tiveram a presença de espírito de perceberem e ligarem para polícia que conseguiu armar uma armadilha que deu certo.

Nem sei como ele está agora. Mas espero que ele tenha comido o pão que o diabo amassou na prisão por conta de tudo o que ele fez (foi horrível ter que deixar de ir para escola porque um canalha estava usando as mulheres como bonecas de uma criança que você faz o que quiser).

• Foi criado, para as sul-africanas, uma "camisinha com dentes" que pode conferir aqui. A África do Sul é um dos piores países em termos de estupro - 1 em cada 4 homens admite que já estuprou uma mulher (aí você imagina como é a coisa lá) e essa camisinha tem "dentes" que se prendem ao pênis do homem, causando dor e ferimentos, e para aliviar, só um hospital ali (o que ajuda a identificar os agressores). Eu achei a idéia muito boa (é basicamente a encarnação daquele filme que parece muito trash, o Vagina Dentada, de látex!), mas ~ claro ~ recebe críticas de que é uma arma medieval e poderia trazer mais riscos às mulheres. Bem, você decide! :)

• Para entender os artigos da lei, veja o Código Penal aqui. A partir do artigo 213 (só digitar '212' no ctrl+F), você verá como a legislação brasileira vê o estupro, atentado ao pudor, exploração sexual e outras variantes que nos dizem respeito. Afinal para você ser cidadã, tem que conhecer as leis!

• Você deve ter reparado na ausência da Delegacia da Mulher. É porque não tem Delegacia da Mulher em todas as cidades (menos de 10%!) e tentei oferecer um post que possa ajudar qualquer garota de qualquer cidade. Mas se sua cidade tem, vá atrás! Lá é o ponto ideal :)
Aqui está a lista das Delegacias da Mulher em todo o Brasil. Localize seu estado e veja se sua cidade tem! Se tiver, anote o endereço e saiba onde ele fica - a Delegacia contém pessoal preparado para receber mulheres vítimas de estupros e de violência doméstica, porque foram feitas para que a gente não precise ouvir do delegado as insinuações como 'a senhora bem que gostou, né?' e tudo o mais.

E aqui acaba meu longo e - acho - útil post.

Espero, de todo meu coração, que você nunca tenha que precisar dessas dicas.


você é superpoderosa!

domingo, 27 de junho de 2010

Borderline

OIE!

Como é domingo, o seu dia começou acordando ao meio-dia, com a sua mãe te chamando porque já "está tarde". Então você vai tomar banho, almoça, entra no orkut, msn, assiste séries, estuda...
Mas você decide ligar a TV. E no jornal da tarde (que você nunca assiste) aparece uma notícia do tipo “Marido mantém mulher presa em casa durante um ano”.

Isso é violência doméstica. Tão silenciosa, mas que acontece todo dia por aí.

Mas o que exatamente é isso? Porque na TV ou jornais aparecem casos isolados, e dificilmente uma coisa é ligada a outra. Bom, queridas pimpolhas, violência domestica é todo ato de violência que ocorre no âmbito familiar. Abuso sexual, agressão física ou psicológica, envolvendo homens, mulheres, crianças ou os mais velhos da casa.
Um dos casos mais ocorrentes é o de violência contra mulher, como você pode ver na notícia citada acima. E bem, não é difícil imaginar o porquê disso, mesmo que não seja sempre visível. Vivemos em uma sociedade predominantemente machista. Ponto. Só isso é capaz de fazer com que vários homens tenham a impressão de que eles mandam em suas esposas ou filhas. Só isso faz com que muitos deles sejam capazes de julgar certo um homem bater em uma mulher “pra dar um jeito nela”, quando quem deveria levar um jeito mesmo é ele.


E quando a gente pensa que o pensamento da sociedade está mudando, vem um Chris Brown da vida, ou um jogador qualquer. Pois é, infelizmente, ainda há gente que pensa que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”.

Se você pensa que o movimento feminista não tem propósito hoje, dê uma olhada diariamente no jornal. Vá até uma ONG que cuida de violência contra a mulher pra pedir informações. Ou veja o quanto ainda há diferença de salários entre homens e mulheres que exercem a mesma função em uma empresa. Mas vou parar por aqui, porque estou fugindo do tema. :P

A Lei Maria da Penha



Em 2006 foi dado um passo muito importante a favor da causa da violência doméstica contra a mulher no Brasil. A Lei Maria da Penha foi sancionada com o propósito de regulamentar os casos ocorridos, punir os agressores, e de prestar maior assistência às vítimas. Agora as mulheres podem ter mais segurança e proteção ao denunciar seus agressores.

A Lei recebeu o nome de Maria da Penha em homenagem à mulher que lutou durante mais de 20 anos por justiça pelas agressões que sofreu de seu marido. Tudo começou quando em 1983, recebeu um tiro dele que a deixou paraplégica. No mesmo ano ainda sofreu mais agressões ao ficar presa em casa. O cara inclusive tentou eletrocutá-la! Após isso tudo, Maria da Penha começou a lutar por justiça, e demorou até que seu agressor fosse condenado à prisão. O caso chamou atenção internacional ao ser levado a uma série de órgãos responsáveis pelos direitos da mulher, e enfim foi criado o projeto de lei, que entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006.

Para se ter uma idéia de como a coisa mudou, antigamente os crimes de violência doméstica eram tratados por um juizado de crimes de menor potencial ofensivo. Nem sequer existia uma lei sobre isso. Hoje os tipos de agressão são classificados e juizados específicos foram criados para tratar do assunto.

O Medo da Denúncia

Infelizmente, o motivo por que ainda há tantos casos velados de violência doméstica contra a mulher acontecendo é o fato da mulher se sentir coibida a agir. Coisas como o homem ser o responsável pelo seu sustento, vergonha, ou até mesmo culpa fazem com que muitas mulheres se calem diante de uma situação de agressão. Gente, que absurdo! Caso isso algum
dia venha a acontecer com vocês, e eu realmente espero que não, DENUNCIEM!

A maioria espera até que algo muito ruim aconteça pra tomar uma atitude, mas nunca deixe com que a coisa chegue a esse ponto. Se o seu namorado ou pai, ou padrasto, ou o namorado da sua amiga, whatever, começar a ter atitudes do tipo não hesite em procurar ajuda.

NINGUÉM tem o direito de te agredir ou de te ameaçar, de fazer com que você se sinta mal.

Se você se sentir agredida (de qualquer modo, físico, psicológico moral, sexual) ligue para a Central de Atendimento à Mulher (180). Eles atendem em qualquer lugar do Brasil, a qualquer hora.

Você também pode (e deve) procurar uma delegacia, de preferência especializada no atendimento a mulher, e registrar ocorrência. Lá eles encaminham exames e serviços sociais para prestar assistência médica e psicológica a você e a sua família se preciso.


Para mais informações:
Portal de violência contra a mulher
Projeto AME
Instituto Patrícia Galvão


É pra ficar inconformada mesmo...

Adoro esse tema e acho que ainda tem MUITO a ser melhorado quando se fala em direitos das mulheres, em outros países, inclusive.

Todos os dias em todo o mundo mulheres e garotas da nossa idade sofrem tendo seus clitóris arrancados (mutilação genital feminina), estupradas em suas próprias casas ou caladas sem o direito de se impor na sociedade.

Espero que tenham gostado. :]
Beijos!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Yeah, ninguém pode nos controlar

Olá, gurias, como estão?

Espero que estejam bem. Logo as férias de inverno chegarão! Para as que vivem em cidades onde existe São João, chegarão esse mês! E para outras, as férias virão no mês que vem! De qualquer forma, está perto! Pensa só que maravilha curtir um pouco do raro frio que só existe no Sul? E junto com esse frio, vai rolar a Copa #ivetesangalo, rs. E, infelizmente, não irei falar da Copa porque estou sem computador (ele deu pau ontem), sem internet e sem fonte decente de informação. Então vamos falar um pouco de música. Mais especificamente, do álbum que fez o pop se remexer nessa semana. Qual? Bionic, caras pálidas!

Minha amiga já me disse que quatro coisas acontecem a cada quatro anos. A Copa, as Olimpíadas, as eleições e o lançamento de um CD de Christina Aguilera. Pelo visto é isso mesmo, já que Stripped foi lançado em 2002 e Back in Basics em 2006, e Bionic acabou de ser lançado. Bionic é um CD bem... vulgar. Não no sentido de ordinário e comum, mas pelo sentido ‘bitch’ da coisa. Certas músicas necessitam de uma mente bem suja para você interpretá-las como pornografia musical. Nenhuma música de Bionic precisa dessa mente pervertida, afinal as músicas são pervertidas sem necessitar de imaginação dos fãs. Mas apesar de o foco ser o novo CD dela, eu vou tratar de outras coisas como ‘nós’ – então mesmo que você não goste de Christina Aguilera, eu gostaria muito que você lesse o post.

Primeiro vamos relembrar o básico sobre a cantora. Todo mundo sabe que pra falar qualquer coisa de qualquer pessoa, devemos conhecer um pouco da pessoa. Enfim, Christina Aguilera é uma cantora dos EUA com ascendência irlandesa que sofreu violência física até os seis anos do pai até a separação (descrito na música I’m Ok). Inclusive foi invejada quando criança por conta da voz e, em seguida, entrou no Clube do Mickey, aí saiu e começou a cantar realmente como Christina Aguilera. Em 2002 lançou Stripped, mudando de postura radicalmente – de menina anjo virou a Xtina com roupas tão sexys que chegavam a serem vulgares. Depois fez Back in Basics e novamente ela se reiventou, testando sua voz em diferentes freqüências. Seu foco foi jazz e soul, suas fotos começaram a reviver os anos 40 (e um dos videoclipes mais legais dessa época é Candyman!). Agora em 2010, sendo mãe e esposa, ela decide mudar de novo com Bionic. Ela disse que assim como Back in Basics foi um retorno ao passado, Bionic é uma exploração do futuro – e haja eletrônica!
Bem, aprendendo o que você poderia encontrar na Wikipedia, podemos retornar ao foco inicial. O CD. Mais especificamente suas músicas. O álbum começa com a música Bionic, prossegue pelo single já lançado, o Not Myself Tonight, vai pela Whohoo que será o segundo single – eu acho, pelo que ouvi falar – (o que me faz lembrar a fabulosa apresentação de Christina na MTV Awards, esse domingo passado, com uma roupa onde um coração piscava na vulva dela. Sensacional!). Glam é uma música mais... glam, ora bolas, e Prima Donna é bem descritiva sobre uma mulher que quer dominar o mundo. Há pessoas que acham que a música se refere à Madonna (pri-madonna), mas a maioria acredita que não, que a música é sobre Christina. Prima Donna significa uma estrela, uma vedete que está no topo do mundo e costuma ser arrogante e dominadora. Um bom exemplo são as cantoras de ópera. E há as baladas como Lift Me Up (por algum motivo, eu adoro essa música) que tem maior cara de vingar como música de novela das oito, All I Need (que vem logo depois de My Heart quando se ouve a voz de Jordan e Max dizendo ‘mama’!) e I Am, considerada uma das melhores músicas do álbum – e eu concordo.

E a música principal desse post é a Vanity cuja tradução é algo lembrando orgulho 'bitch'. Porque apesar de eu estar dando uma resenha básica de Bionic, o que eu queria mesmo tratar era da nossa admiração, repúdio ou desprezo à mulheres como Christina Aguilera, Britney Spears, Lady Gaga e, principalmente, Madonna – além de muitas outras, mas foquei nas quatro loiras mais conhecidas. Não por elas serem loiras e cantoras, mas por elas saírem dos padrões impostos para ultrapassarem os próprios limites. Que seja por marketing ou não, podemos analisar a reação das pessoas ao verem mulheres agindo como nossos pais dizem que não devemos agir. Elas usam cinta-liga pra provocar mesmo, te convidam pra transar, beijam homens e mulheres, interpretam cenas de sadomasoquismo. Mesmo que seja tudo para as câmeras, mesmo assim elas são o produto do que nós aceitamos e desejamos. Existe um motivo para elas fazerem sucesso – e, por favor, estou isolando a música aqui. Deixemos o talento de cada uma de lado. Vamos nos concentrar no exterior dessas mulheres: de mulheres fortes, independentes, leoas nas camas, donas do mundo. Elas são tudo o que fomos impedidas de sermos por séculos: poderosas. Ficamos totalmente magnetizadas.

E sentimos certo desprezo: afinal desde quando precisamos do corpo quando se tem um cérebro?, não é isso que dizemos?
Eu vejo muitos fãs de Madonna querendo de volta a época dela de ‘puta’. Mas o que esses fãs não entendem é que Madonna queria passar um recado na época. Recado repetido por Christina em Bionic: ‘oi, não é porque eu sou mulher que sou um ser assexuado’. Oi, meninas, eu sei que somos adolescentes e que a grande maioria que vem aqui não consegue se encaixar nem no grupo das piriguetes sabe-tudo nem na turma das santas quase freiras. Eu entendo isso – eu sou como vocês. E justamente por isso, nessa fase tão influenciável, que vou repetir as mensagens dessas mulheres: o nosso corpo não é das revistas teens que querem emagrecê-lo, engordá-lo conforme o padrão. O nosso corpo não é dos garotos que querem separar as garotas em “para pegar” e “para casar” como se fossemos pedaços de carne expostos no açougue. E, principalmente, o nosso corpo é NOSSO. Se você quiser agir como uma ‘bitch’, você DEVE ter essa liberdade. E mais importante ainda: PAREM de julgar as garotas de acordo com a conduta sexual. Isso é estupidez.
Nenhuma de nós realmente se atreve a julgar Christina pela sua postura, porque ela é cantora de mais de dez anos de carreira, famosa, rica e o escambau. Porque ela tem uma reputação que a precede. E isso não se estende a nós, por motivos óbvios: seremos julgadas por tudo que fazemos.
E o que venho pedir: please, menos. Já vi demais garotas sofrerem porque ficaram ou transaram com o cara errado, no momento errado. Já vi demais rótulos de ‘puta’ e ‘vadia’ dados por garotas que agem igual, só que escondido. O nosso corpo é algo que nos diz respeito, mas só a nós. Sei que tem gente que diz que tem que ter ‘classe’, mas dane-se. Com classe ou sem classe, todas as garotas são iguais nesse aspecto: gostaríamos muito de termos uma vida livre sem ter que sofrer tanta maldade nos julgamentos, principalmente de outras mulheres. É como se houvesse uma corrente de pensamentos que diz a nós: garotas, se guardem – ao passo que há outra que diz para sermos sensuais, senão os meninos não vão nos desejar.

Vamos lá, garotas, vocês realmente querem viver sob os desejos masculinos? Se guardar porque senão ele acha que você não tem valor, se jogar pra segurar... de que vale isso? Quem deveria decidir isso não é a gente? Se somos ‘bitch’ ou não, isso não é da conta da gente? E mais uma questionação: COMO a gente dá bola pra garotos que nos tratam como mercadorias? Isso é insultante!

Não precisam agir como os videoclipes das cantoras pop. Não é isso que eu disse. O que eu disse, resumindo tudo, é basicamente: eu desejo, de coração, um mundo em que as garotas tenham a liberdade de fazerem o que quiser com seus corpos. Se elas querem só mostrá-los para o marido ou se elas querem usá-los nas camas com cinco de uma vez, isso não importa. Só o que me importa é a liberdade.

E como fazer isso? Batalhando. As pessoas pensam que o feminismo morreu nos anos 70 – como fosse um espírito de época. Mas o feminismo pede a igualdade de gêneros e isso não aconteceu ainda. Se nós, mulheres, somos julgadas como “sem valor” e separadas em “pra catar e pra casar”, ao passo que os homens não sofrem o mesmo julgamento, então precisamos lutar para que isso aconteça – essa igualdade. Porque não somos inferiores, não somos burras, não somos incompetentes. Pode haver diferenças biológicas, mas ser casta e santa nunca esteve entre elas – sim, aliás não sei se vocês sabem, mas um dos motivos para as mulheres sofrerem tanto com a repressão sexual é que as pessoas acreditavam que as mulheres, tendo que pagar pelo pecado original de Eva, seriam carnais demais e seduziriam todos –QQQ

Não fomos feitas para agirmos como cordeirinhos, aceitando obedientemente que o mundo inteiro nos diga o que fazer e como agir. Não somos seres estúpidos e não está escrito no nosso DNA que perdemos nosso valor se ficarmos com vários. Ninguém – nem o Estado, nem a Igreja, nem seus pais e MUITO MENOS os garotos entrevistados pela CH para responder “você prefere esmalte vermelho ou rosa?” – deve lhe dizer que você perderá seu valor se sair do padrão. Você TEM um valor e ele depende do seu caráter. O que você faz com sua vagina é da SUA conta e de mais ninguém. Então, garotas, vamos desligar dessa coisa de “ela fica agindo feito uma vadia” e começar a reparar nas idéias. Essas garotas que tanto irritam por serem “imorais” tem um cérebro também, e elas podem surpreender.

COMO MUDAR ISSO? Bem, isso não é simples como piscar os olhos. Mas se cada garota mudar seu comportamento, podemos – sim – mudar. Todas as mudanças da sociedade aconteceram por mudanças de comportamento e tudo o mais. Então se NÓS mudarmos, a sociedade poderá mudar. A primeira coisa que você terá que fazer é “boicotar” caras que separam as mulheres em “pra casar” e “pra pegar”. Quando esses caras fazem isso, estão automaticamente separando as mulheres como mercadoria, ignorando toda a personalidade, se restringindo simplesmente à quantos caras que essa garota já beijou. Ou seja, tudo aquilo que queremos combater: a generalização estúpida do seu ser em seu passado amoroso\sexual\qualquer coisa aproximada. Se um cara faz uma coisa dessas, ele não é o cara certo pra você – pode apostar. O que você espera de um namorado que acha que você é uma boa garota porque nunca ficou com ninguém antes dele?
Nós também temos que parar de fazer isso. Parar de dizer “se dê ao respeito” como se a nossa moralidade se estendesse ao mundo todo, parar de achar que garotas que usam vestes mínimas estão agindo como vadiazinhas, parar de concordar com suas amigas quando elas falam mal de uma colega que tenha ficado com um cara errado. Vamos parar de dizer “ah que bonitinho” quando um cara não quer que sua namorada vá ao show por ciúmes (porque ciúmes quando é pouco, até vai. Mas quando um cara passa a proibir sua namorada de ir ao show, aí a coisa tá ficando errada). Eu já vi uma garota dizendo que namorados são o fim da vida social, porque eles não deixam você fazer nada. E eu protesto contra isso: DESDE QUANDO eles podem fazer isso? Você é dona do seu nariz, garota, e não vai ser um cara que vai mudar isso! Tudo bem, alguém paga suas contas, mas você entendeu o que quero dizer.

Vamos lembrar um pouco da música Can't" Hold Us Down de Christina Aguilera desse vídeo. Toda vez que encontrarmos um exemplo de machismo – disfarçado ou não – protestem. Não é ser chato. Mas ser consciente de que se alguém vê graça em mulheres apanhando nas novelas de TV, é porque algo está muito, muito errado na sociedade.
P.S.: e feliz Dia dos Namorados pra vocês! Sigam todas as dicas do post de Naty e não se esqueçam de comprar um presente pra vocês mesmas! Afinal nós todas devíamos ser as próprias namoradas de si e essa frase ficou muito confusa, mas acho que vocês entenderam. Ou não! -QQQQ
P.S.: desculpa mesmo qualquer erro. Eu não pude conferir quase nenhuma informação, porque a net do pc da escola e da lan house é péssima. Postar isso aqui foi um martírio.

sábado, 29 de maio de 2010

Women Power! o/

Olá, divas ~pops~! Hoje é sábado, dia de dormir até tarde, ir ao cinema, sair com os amigos,etc. Pra alguns, sim. Pra outros – eu - , é o dia de fazer todos os deveres de casa que não fez durante a semana,hihi. Mas também é dia de ler o post da Thaís diva e -NNNN.

Eu tava pensando no que postar hoje, algo que eu conseguisse deixar de um jeito legal e interessante. Foi aí que sofri um insight e resolvi falar do Feminismo.Sempre gostei desse movimento, tenho super orgulho daquelas mulheres que super arrasaram na luta por seus direitos. But WTF is ‘feminismo’? Aquilo que acabou com o romance? Nããão mesmo. Deixa que a tia Tatá explica!

O Movimento Feminista não foi um bando de mulheres queimando sutiãs em praça pública só pra aparecer. Já existia desde a década de 60, quando algumas super intelectuais americanas começaram a questionar os papéis impostos às mulheres na sociedade e a falta de igualdade entre sexos.



Naquela época, só os homens tinham pelos direitos concedidos pela constituição, os melhores empregos, melhores salários. Na maioria das vezes, mesmo que as mulheres tivessem os mesmos empregos que os homens, o salário delas era menor. E, acredite, isso ainda acontece :/

O feminismo cresceu a partir do surgimento de inúmeras revistas, livros e propagandas que incitavam as mulheres a serem mais ativas, terem mais atitude e tal. Milhares delas foram às ruas brigar por seus direitos e sua igualdade perante os homens.



Tia, mas como ocorreu aquela história de “Queimando Sutiãs”? Foi assim: Pra começar, a queima de sutiãs tãão falada não aconnteceu. :OOOOOO

No dia 7 de setembro de 1968, enquanto Jordi Ford era eleita Miss América, do lado de fora do teatro, uma centena de mulheres gritava lemas de protesto, a história eternizava um episódio que, na realidade, nunca aconteceu: a queima de sutiãs em praça pública. Para protestar contra a ditadura da beleza que estava sendo imposto às mulheres de seu , mulheres de vários estados americanos saíram às ruas de Atlantic City levando símbolos de feminilidade da época: cílios postiços, revistas femininas, sapatos de salto alto, detergentes e sutiãs. Elas organizaram uma "lata de lixo" onde todos os apetrechos seriam queimados. Mas a queima não chegou a ocorrer. A prefeitura não tinha autorizado o fogo. DDDD:

Foi tudo manipulação da mídia,é. Mas não vou poder explicar essa parte, porque esqueci onde li a notícia, aí é melhor não falar nada que não tenha certeza.

Voltando...

O feminismo foi responsável por várias mudanças nas sociedades ocidentais como:

•o direito ao voto (para as mulheres)

•crescimento das oportunidades de trabalho para mulheres e salários mais próximos aos dos homens, muito longe ainda de oportunidades e promoções equiparadas

•direito ao divórcio
(imagina NÃO poder se separar de uma pessoa que você não ama?)

•controle sobre o próprio corpo em questões de saúde, inclusive quanto ao uso de preservativos e ao aborto. (yeeeah, a história super polêmica do aborto.)



Lembrando que tudo começou com a revolução francesa, em que as mulheres francesas participaram ativamente da luta, mas isso já é história pra outro post.

Bom, gente. Eu sei que não é só isso, tem muito mais coisas relacionadas a esse movimento. Eu não coloquei porque ia ficar cansativo de ler, e porque eu to morrendo de cólicas e fiz esse post às pressas. Foi mal mesmo, no próximo eu compenso, mimimi *crying*

Obs:Pessoas lindas e divas, tenho um pedido a fazer: vocês sabem que algumas de nós –eu- nem sempre tem idéia do que postar. Então, pra isso, peço a ajuda de você: dêem idéias, indiquem, sei lá, sugestões de qualquer coisa que vocês gostariam de ler por aqui.

Obs - 2: Posso pedir um favorzinho? Quando eu gosto super de alguma fanfic que leio, e se for em inglês, eu traduzo. Aí, essa semana li uma de Percy Jackson que amei muito, e traduzi. Aí eu postei aqui: http://www.fanfiction.net/s/6007230/1/51_Coisas_Que_Travis_Stoll_Nao_Pode_Fazer

Se vocês puderem dar uma lida e comentar, ia me deixar super feliz :D

Beijos e até próximo sábado ;*