Olá, gurias, como estão?
Espero que estejam bem. Logo as férias de inverno chegarão! Para as que vivem em cidades onde existe São João, chegarão esse mês! E para outras, as férias virão no mês que vem! De qualquer forma, está perto! Pensa só que maravilha curtir um pouco do raro frio que só existe no Sul? E junto com esse frio, vai rolar a Copa #ivetesangalo, rs. E, infelizmente, não irei falar da Copa porque estou sem computador (ele deu pau ontem), sem internet e sem fonte decente de informação. Então vamos falar um pouco de música. Mais especificamente, do álbum que fez o pop se remexer nessa semana. Qual? Bionic, caras pálidas!
Minha amiga já me disse que quatro coisas acontecem a cada quatro anos. A Copa, as Olimpíadas, as eleições e o lançamento de um CD de Christina Aguilera. Pelo visto é isso mesmo, já que Stripped foi lançado em 2002 e Back in Basics em 2006, e Bionic acabou de ser lançado. Bionic é um CD bem... vulgar. Não no sentido de ordinário e comum, mas pelo sentido ‘bitch’ da coisa. Certas músicas necessitam de uma mente bem suja para você interpretá-las como pornografia musical. Nenhuma música de Bionic precisa dessa mente pervertida, afinal as músicas são pervertidas sem necessitar de imaginação dos fãs. Mas apesar de o foco ser o novo CD dela, eu vou tratar de outras coisas como ‘nós’ – então mesmo que você não goste de Christina Aguilera, eu gostaria muito que você lesse o post.
Primeiro vamos relembrar o básico sobre a cantora. Todo mundo sabe que pra falar qualquer coisa de qualquer pessoa, devemos conhecer um pouco da pessoa. Enfim, Christina Aguilera é uma cantora dos EUA com ascendência irlandesa que sofreu violência física até os seis anos do pai até a separação (descrito na música I’m Ok). Inclusive foi invejada quando criança por conta da voz e, em seguida, entrou no Clube do Mickey, aí saiu e começou a cantar realmente como Christina Aguilera. Em 2002 lançou Stripped, mudando de postura radicalmente – de menina anjo virou a Xtina com roupas tão sexys que chegavam a serem vulgares. Depois fez Back in Basics e novamente ela se reiventou, testando sua voz em diferentes freqüências. Seu foco foi jazz e soul, suas fotos começaram a reviver os anos 40 (e um dos videoclipes mais legais dessa época é Candyman!). Agora em 2010, sendo mãe e esposa, ela decide mudar de novo com Bionic. Ela disse que assim como Back in Basics foi um retorno ao passado, Bionic é uma exploração do futuro – e haja eletrônica!

Bem, aprendendo o que você poderia encontrar na Wikipedia, podemos retornar ao foco inicial. O CD. Mais especificamente suas músicas. O álbum começa com a música Bionic, prossegue pelo single já lançado, o Not Myself Tonight, vai pela Whohoo que será o segundo single – eu acho, pelo que ouvi falar – (o que me faz lembrar a fabulosa apresentação de Christina na MTV Awards, esse domingo passado, com uma roupa onde um coração piscava na vulva dela. Sensacional!). Glam é uma música mais... glam, ora bolas, e Prima Donna é bem descritiva sobre uma mulher que quer dominar o mundo. Há pessoas que acham que a música se refere à Madonna (pri-madonna), mas a maioria acredita que não, que a música é sobre Christina. Prima Donna significa uma estrela, uma vedete que está no topo do mundo e costuma ser arrogante e dominadora. Um bom exemplo são as cantoras de ópera. E há as baladas como Lift Me Up (por algum motivo, eu adoro essa música) que tem maior cara de vingar como música de novela das oito, All I Need (que vem logo depois de My Heart quando se ouve a voz de Jordan e Max dizendo ‘mama’!) e I Am, considerada uma das melhores músicas do álbum – e eu concordo.
E a música principal desse post é a
Vanity cuja tradução é algo lembrando orgulho 'bitch'. Porque apesar de eu estar dando uma resenha básica de Bionic, o que eu queria mesmo tratar era da nossa admiração, repúdio ou desprezo à mulheres como Christina Aguilera, Britney Spears, Lady Gaga e, principalmente, Madonna – além de muitas outras, mas foquei nas quatro loiras mais conhecidas. Não por elas serem loiras e cantoras, mas por elas saírem dos padrões impostos para ultrapassarem os próprios limites. Que seja por marketing ou não, podemos analisar a reação das pessoas ao verem mulheres agindo como nossos pais dizem que não devemos agir. Elas usam cinta-liga pra provocar mesmo, te convidam pra transar, beijam homens e mulheres, interpretam cenas de sadomasoquismo. Mesmo que seja tudo para as câmeras, mesmo assim elas são o produto do que nós aceitamos e desejamos. Existe um motivo para elas fazerem sucesso – e, por favor, estou isolando a música aqui. Deixemos o talento de cada uma de lado. Vamos nos concentrar no exterior dessas mulheres: de mulheres fortes, independentes, leoas nas camas, donas do mundo. Elas são tudo o que fomos impedidas de sermos por séculos: poderosas. Ficamos totalmente magnetizadas.
E sentimos certo desprezo: afinal desde quando precisamos do corpo quando se tem um cérebro?, não é isso que dizemos?

Eu vejo muitos fãs de Madonna querendo de volta a época dela de ‘puta’. Mas o que esses fãs não entendem é que Madonna queria passar um recado na época. Recado repetido por Christina em Bionic: ‘oi, não é porque eu sou mulher que sou um ser assexuado’. Oi, meninas, eu sei que somos adolescentes e que a grande maioria que vem aqui não consegue se encaixar nem no grupo das piriguetes sabe-tudo nem na turma das santas quase freiras. Eu entendo isso – eu sou como vocês. E justamente por isso, nessa fase tão influenciável, que vou repetir as mensagens dessas mulheres: o nosso corpo não é das revistas teens que querem emagrecê-lo, engordá-lo conforme o padrão. O nosso corpo não é dos garotos que querem separar as garotas em “para pegar” e “para casar” como se fossemos pedaços de carne expostos no açougue. E, principalmente, o nosso corpo é NOSSO. Se você quiser agir como uma ‘bitch’, você DEVE ter essa liberdade. E mais importante ainda: PAREM de julgar as garotas de acordo com a conduta sexual. Isso é estupidez.
Nenhuma de nós realmente se atreve a julgar Christina pela sua postura, porque ela é cantora de mais de dez anos de carreira, famosa, rica e o escambau. Porque ela tem uma reputação que a precede. E isso não se estende a nós, por motivos óbvios: seremos julgadas por tudo que fazemos.
E o que venho pedir: please, menos. Já vi demais garotas sofrerem porque ficaram ou transaram com o cara errado, no momento errado. Já vi demais rótulos de ‘puta’ e ‘vadia’ dados por garotas que agem igual, só que escondido. O nosso corpo é algo que nos diz respeito, mas só a nós. Sei que tem gente que diz que tem que ter ‘classe’, mas dane-se. Com classe ou sem classe, todas as garotas são iguais nesse aspecto: gostaríamos muito de termos uma vida livre sem ter que sofrer tanta maldade nos julgamentos, principalmente de outras mulheres. É como se houvesse uma corrente de pensamentos que diz a nós: garotas, se guardem – ao passo que há outra que diz para sermos sensuais, senão os meninos não vão nos desejar.
Vamos lá, garotas, vocês realmente querem viver sob os desejos masculinos? Se guardar porque senão ele acha que você não tem valor, se jogar pra segurar... de que vale isso? Quem deveria decidir isso não é a gente? Se somos ‘bitch’ ou não, isso não é da conta da gente? E mais uma questionação: COMO a gente dá bola pra garotos que nos tratam como mercadorias? Isso é insultante!
Não precisam agir como os videoclipes das cantoras pop. Não é isso que eu disse. O que eu disse, resumindo tudo, é basicamente: eu desejo, de coração, um mundo em que as garotas tenham a liberdade de fazerem o que quiser com seus corpos. Se elas querem só mostrá-los para o marido ou se elas querem usá-los nas camas com cinco de uma vez, isso não importa. Só o que me importa é a liberdade.
E como fazer isso? Batalhando. As pessoas pensam que o feminismo morreu nos anos 70 – como fosse um espírito de época. Mas o feminismo pede a igualdade de gêneros e isso não aconteceu ainda. Se nós, mulheres, somos julgadas como “sem valor” e separadas em “pra catar e pra casar”, ao passo que os homens não sofrem o mesmo julgamento, então precisamos lutar para que isso aconteça – essa igualdade. Porque não somos inferiores, não somos burras, não somos incompetentes. Pode haver diferenças biológicas, mas ser casta e santa nunca esteve entre elas – sim, aliás não sei se vocês sabem, mas um dos motivos para as mulheres sofrerem tanto com a repressão sexual é que as pessoas acreditavam que as mulheres, tendo que pagar pelo pecado original de Eva, seriam carnais demais e seduziriam todos –QQQ
Não fomos feitas para agirmos como cordeirinhos, aceitando obedientemente que o mundo inteiro nos diga o que fazer e como agir. Não somos seres estúpidos e não está escrito no nosso DNA que perdemos nosso valor se ficarmos com vários. Ninguém – nem o Estado, nem a Igreja, nem seus pais e MUITO MENOS os garotos entrevistados pela CH para responder “você prefere esmalte vermelho ou rosa?” – deve lhe dizer que você perderá seu valor se sair do padrão. Você TEM um valor e ele depende do seu caráter. O que você faz com sua vagina é da SUA conta e de mais ninguém. Então, garotas, vamos desligar dessa coisa de “ela fica agindo feito uma vadia” e começar a reparar nas idéias. Essas garotas que tanto irritam por serem “imorais” tem um cérebro também, e elas podem surpreender.
COMO MUDAR ISSO? Bem, isso não é simples como piscar os olhos. Mas se cada garota mudar seu comportamento, podemos – sim – mudar. Todas as mudanças da sociedade aconteceram por mudanças de comportamento e tudo o mais. Então se NÓS mudarmos, a sociedade poderá mudar. A primeira coisa que você terá que fazer é “boicotar” caras que separam as mulheres em “pra casar” e “pra pegar”. Quando esses caras fazem isso, estão automaticamente separando as mulheres como mercadoria, ignorando toda a personalidade, se restringindo simplesmente à quantos caras que essa garota já beijou. Ou seja, tudo aquilo que queremos combater: a generalização estúpida do seu ser em seu passado amoroso\sexual\qualquer coisa aproximada. Se um cara faz uma coisa dessas, ele não é o cara certo pra você – pode apostar. O que você espera de um namorado que acha que você é uma boa garota porque nunca ficou com ninguém antes dele?

Nós também temos que parar de fazer isso. Parar de dizer “se dê ao respeito” como se a nossa moralidade se estendesse ao mundo todo, parar de achar que garotas que usam vestes mínimas estão agindo como vadiazinhas, parar de concordar com suas amigas quando elas falam mal de uma colega que tenha ficado com um cara errado. Vamos parar de dizer “ah que bonitinho” quando um cara não quer que sua namorada vá ao show por ciúmes (porque ciúmes quando é pouco, até vai. Mas quando um cara passa a proibir sua namorada de ir ao show, aí a coisa tá ficando errada). Eu já vi uma garota dizendo que namorados são o fim da vida social, porque eles não deixam você fazer nada. E eu protesto contra isso: DESDE QUANDO eles podem fazer isso? Você é dona do seu nariz, garota, e não vai ser um cara que vai mudar isso! Tudo bem, alguém paga suas contas, mas você entendeu o que quero dizer.
Vamos lembrar um pouco da música
Can't" Hold Us Down de Christina Aguilera desse vídeo. Toda vez que encontrarmos um exemplo de machismo – disfarçado ou não – protestem. Não é ser chato. Mas ser consciente de que se alguém vê graça em mulheres apanhando nas novelas de TV, é porque algo está muito, muito errado na sociedade.
P.S.: e feliz Dia dos Namorados pra vocês! Sigam todas as dicas do post de Naty e não se esqueçam de comprar um presente pra vocês mesmas! Afinal nós todas devíamos ser as próprias namoradas de si e essa frase ficou muito confusa, mas acho que vocês entenderam. Ou não! -QQQQ
P.S.: desculpa mesmo qualquer erro. Eu não pude conferir quase nenhuma informação, porque a net do pc da escola e da lan house é péssima. Postar isso aqui foi um martírio.