quinta-feira, 24 de junho de 2010

Uma pauta pela igualdade


Olá descaprichetes lindas e absolutas*-*
Como estão nesse belo dia de são joão? Dançando forró?Soltando fogos? Se aquecendo nas brasas das fogueiras de ontem? Não sabem o que é isso? Tudo bem ignorem, isso não vem ao caso.
Semana passada estava eu assistindo jornal e vi a notícia de o nosso querido presidente Lula, cagando bom senso aceitou o fim do projeto de cotas raciais.
A começar pelo termo 'cota racial' que promove a idéia de que existem raças humanas, sendo que biologicamente falando isto non ecsiste, ou seja não é como se brancos fossem pequinês e negros fossem poodles (desculpem a comparação infeliz, mas o que quero dizer é que humanos não são cachorros ou pássaros para ter raça) o projeto nunca deveria ter sido aprovado.
Entendo que a intenção do projeto era 'reparar' os danos que os afro-descendente¹ sofreram ao longo do nosso processo histórico, mas não é promovendo a idéia de que há diferença intelectual entre brancos, negros e índios (porque é isso que as cotas fazem; dizem que se deve separar uma determinada quantidade de vagas para um grupo étnico como se este não tivessem capacidade de conquistá-la por mérito próprio) que vai solucionar este problema.
A política que será adotada daqui pra frente será a de 'cota social', o que chega a ser justo, considerando a razoável discrepância que há entre o ensino público e particular: um aluno que veio de um ensino decadente como da maioria das instituições públicas brasileira não têm condições de concorrer de igual pra igual com um aluno proveniente de uma grande instituição particular,com educação de qualidade durante toda a vida e que dispõe, muitas vezes, de cursinhos preparatórios para o vestibular. Não estou dizendo que não há instituições públicas de qualidade, pois há e estas chegam muitas vezes serem melhores que muitas escolas particulares (os colégios militares,federais e sesi's da vida que o digam), mas estas instituições costumam ser de pouco acesso pra maioria, requerendo concurso e abrangendo, como no caso das escolas federais, apenas o ensino médio, sendo que a maior deficiência do ensino está no ensino de base, e muitos alunos que chegam a essa escolas de qualidade no ensino médio, sofrem com a já citada discrepância em relação aos alunos proveniente de escolas particulares, e com problemas para se adaptar a uma educação com nivel mais avançado do que o de costume, que requer muitas vezes conhecimentos que esse aluno foi privado ao longo de sua vida acadêmica. E isso se aplica também as universidades: o índice de evasão e de passeios pra jubilândia dos cotistas nos primeiros semestres são estarrecedores.
Contudo, isso não quer dizer que estes não sejam capazes de superar a deficiência de anos de ensino; uma pesquisa diz que o desempenho acadêmico de cotistas chegam a ser superiores que os de não cotistas.
De qualquer modo, cotas, sejam raciais ou sociais, não são a solução. O ideal é que se ofereça condições para que todos tenham acesso a um ensino de qualidade.

Concordam?Discordam? Soltem os verbo, provérbios, e salmos nos comentários. Bjos

Ps¹: Usei o termo afro-descendente me referindo a etnia, pois sou decididamente contra o uso desse termo para se referir a cor: acredito que afro-descendente e índio são etnias, não cor, assim como caucasianos, ou indo pela linha de descendência euro-descendentes -q. Essa medida pseudo-politicamente correta que por algum motivo estúpido e inútil tenta abrandar algo que não precisa ser abrandado é ridícula: o termo 'negro', se usado de modo não racista é tão normal e culto quanto afro-descendente, claro que há aquelas pessoas que usam tal palavra com o intuito de diminuir o outro como pessoa como se isso fosse ofensa, mas até as palavras mais dóceis se usadas dentro de um contexto impróprio se torna ofensiva.

16 comentários:

  1. Acho as cotas raciais extremamente inúteis. Quero dizer, faz mesmo alguma diferença?
    Além do mais, se fosse isso de cota racial, teria que ter cotas para todas as 'raças'. Tipo, tá, cotas para loiras, para gente de olho verde, japonês (meu professor disse que devia ter cotas negativas para japoneses, mas enfim -QQ)

    E eu não concordo muito com isso de cotas sociais também. Quero dizer, sim, há grandes diferenças entre o ensino particular e público, mas não é uma cota que vai mudar isso. O ensino público deveria ser melhorado, porque digamos que alguém de escola pública tenha entrado na universidade por cotas. Essa pessoa, muitas vezes, não terá uma base tão boa quanto alguém que estudou em escolas particulares, e a diferença vai ocorrer na universidade. E no mercado de trabalho? Não existem cotas neste.
    Cotas, ao meu ver, são um tipo de maneira de tapar o problema que atinge grande parte das escolas públicas brasileiras, tentando fazer com que estudantes destas escolas entrem em universidades, mas isso não muda a base que eles tiveram.

    E ficar falando 'afro descendente' é MUITO idiota. Quero dizer, não veem problema em chamar as pessoas brancas de hã, brancas. Ficar tendo cuidadosinhos com o nome e tal É uma forma de preconceito.
    Isso me lembra o livro que eu li pra escola, Anjo Negro, no qual um homem negro detestava sua própria cor e cegou a filha (tá, não era dele, era da mulher dele com o irmão dele) para que ela não visse que ele era negro. Ele dizia para ela que todos os homens eram negros, e ele era o único branco @_@

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  2. Também acredito que o ideal é que não haja cotas,mas sim condições para que todos possam concorrer de igual pra igual,mas a solução pra que o ensino possa ser de qualidade é uma solução a longo prazo,e quem ja vem de um ensino problematico não pode continuar se prejudicando por causa desses erros.

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  3. Precisa melhorar a educação em geral. E tenho a sensação de que a educação fundamental e de ensino médio particulares estão se avacalhando completamente também.
    Mas quero contar uma iniciativa legal da minha faculdade, que é particular, mas que tem muitos bolsistas. Eles criaram cursos de "nivelamento" gratuitos para os estudantes. No começo do semestre, antes das aulas começarem, há um curso , normalmente uma ou duas semanas mais o sábado, sobre os assuntos que são pré-requisitos para as matérias daquele semestre. Então há aulas de matemática do ensino médio, de leitura e interpretação de texto, etc, para relembrar a matéria (ou ensinar, em alguns casos), tirar dúvidas, etc. E eles também tem monitores dando plantão aos sábados (os monitores, alunos de semestres mais avançados com bom aproveitamento naquelas matérias, ganham bolsa parcial). Assim, o aluno que tem interesse consegue recuperar-se da defasagem inicial.
    Essas iniciativas são tão simples e baratas, mas fazem uma diferença tão grande...

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  4. aaaaaaah ele aceitou??? AMÉM, IRMÃOS. OUÇO UM GLÓRIA A DEUS? -nnn

    enfim, concordo muito, cara, não tem essa de passar na sua frente por causa de nada não... escolas públicas até vai, mas alguns concursos dão cotas altíssimas mesmo que a prova seja sobre, sei lá, interpretação de texto, atualidades. e isso é meio injusto sim, mas fazer o quê né, brasil, tem que só fazer sua parte.

    tema ótimo, adorei

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  5. Acho cotas raciais erradas, pela questão que vc falou, das raças e tal tal tal. Porém, sou totalmente a favor das cotas sociais.
    Na verdade, o certo MESMO seria melhorar o ensino público. Mas enquanto isso não acontece, cotas são a alternativa. Afinal de contas, tem muito aluno de escola pública que é dedicado, mas que não conseguiria passar se não tivesse as cotas pq nao tem o acompanhamento adequado na escola.
    -
    Umrae, a ideia da tua faculdade é ótima. :D Mas é fato que uns 80% das particulares só estão interessadas em lucrar, não em criar bons profissionais. O que é bem preocupante, se a gnt considerar que elas não param de surgir e, consequentemente, o número de estudantes só aumenta.

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  6. discordo. desde do seu nascimento, o 'negro' sofre preconceitos, e estes podem ser reparados por via da ascenção social por meio da educação.

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  7. npatriciat: mas a meu ver, não pipocaria tanta faculdade particular ruim se o 1)MEC fizesse um trabalho de avaliação um pouco mais sério, 2) não tivesse tanto aluno preguiçoso querendo comprar diploma. Porque aluno sério normalmente não fica em faculdade sem-vergonha (já tenta outra, pede transferência, sei lá), e aluno vagabundo já fica retido logo nos dois primeiros semestres em faculdade séria, então desiste e vai para alguma dessas mais fracas.
    Ter muito faturamento (não necessariamente lucro porque algumas são fundação e são obrigadas a reinvestir) não equivale a oferecer um serviço ruim. Algumas faculdades particulares são extremamente caras e mesmo assim excelentes, vide FGV por exemplo.
    A minha faculdade, por exemplo, é extremamente conceituada e rígida, até porque se eu tenho que pagar pela minha educação, e digamos que isso consome uma BOA parte do meu salário, eu, enquanto pessoa que quer aprender de verdade, procurei um lugar reconhecido, exigente, com bom conteúdo programático e excelentes professores. Mas vamos aos fatos...
    Meu curso é de tecnólogo. Pela duração mais curta, ele acaba atraindo um monte de gente que trabalha na área mas nunca teve educação universitária formal (não é meu caso, já tenho um diploma de bacharelado em outra área, estou lá porque de fato preciso aprender), conhece bastante da prática (ou acha que conhece, pelo menos) e apenas quer conseguir o diploma.
    Esse é o pessoal que não se esforça, monta nas costas dos colegas nos trabalhos em grupo e culpa os professores depois.
    Minha classe começou com 70 e poucos alunos. Estamos indo para o segundo semestre uns 45. O resto ou foi retido no primeiro semestre, ou já desistiu porque viu que não vai ser moleza.
    Viu a diferença?
    Há faculdade pagou-passou (e não estou falando de vestibular, estou falando de passar nas matérias e monografia/tcc e concluir o curso) porque tem mercado para isso. É muito conveniente você, por estar cansado do trabalho, não querer estudar de verdade e ter um diploma mesmo assim.
    Convenhamos que, seja na educação fundamental, de ensino médio ou superior, a maioria dos alunos, sejam os da rede pública ou os da particular, também não faz a própria parte.

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  8. Franci, você roubou um dos meu futuros posts, VAI TER TRETA -NNNNNNN

    Então, vou soltar o verbo. Eu não concordo com as o uso de cotas, porque sim, o próprio governo está sendo racista, e porque OI, POR QUE NO LUGAR DESSAS COTAS RIDÍCULAS NÃO MELHORAM A EDUCAÇÃO DO PAÍS?, além de que as cotas são muito injustas. Pensa só: um aluno de ensino público, que não estudou porra nenhuma pro vestibula, e um aluno de ensino particular que estudou pra caramba, fazem a prova pro mesmo curso. Sei lá, hm, engenharia. O carinha da particular tirou um nota que DAVA pra entrar na universidade, e o do ensino público, não. Só que o carinha de ensino público entra no lugar dele, porque é negro e vem de escola pública. Por causa das cotas.ESSE É SÓ UM EXEMPLO, OK?

    E isso, JÁ aconteceu! Dois irmãos, um negro e outro branco, ambos de escolas públicas. O branco tirou uma nota maior, só que o negro entrou no lugar dele. Por causa das cotas.

    Porém, por outro lado, eu entendo por que o governo utiliza as cotas: foi a forma que encontraram de diminuir a desigualdade no país. A forma errada, mas foi. Se parar pra pensar, com o uso de cotas muito mais pessoas terão acesso às universidades, o que vai promover a desigualdade, já que antes só os ricos conseguiam entrar nelas, pois tinham acesso à EDUCAÇÃO.

    E voltamos a estaca zero, já que o governo deveria melhorar a educação do país, pois daí não teria necessidade das cotas.

    ótima escolha de post, Franci!

    Beijos;*

    ps: nunca deixei um comentário tão grande,rs.

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  9. O governo sempre escolhe pelo caminho mais fácil, afinal não é muito mais fácil criar cotas do que melhorar o ensino nas esclas púlicas?

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  10. Pensa só: um aluno de ensino público, que não estudou porra nenhuma pro vestibula, e um aluno de ensino particular que estudou pra caramba, fazem a prova pro mesmo curso. Sei lá, hm, engenharia. O carinha da particular tirou um nota que DAVA pra entrar na universidade, e o do ensino público, não. Só que o carinha de ensino público entra no lugar dele, porque é negro e vem de escola pública. +1

    também tinha pensado nisso, thais :D

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  11. Eu acho que as cotas só servem pra cobrir (e servir de medida "temporária") o problema maior,que é a falta de VAGAS em universidades públicas em geral.Além do Ensino péssimo.

    Quero dizer, SP é o estado que menos oferece vagas públicas em relação a população,nãome lembro aocerto da estatística, mas fica por volta de 50 alunos brigando por UMA vaga.Como o meu prof. de geografia falou: é briga por miséria.

    Soua favor de cotas sociais comointuito inicial,mas sabe-se lá quandoo governo vai tomar uma atitude efetiva pra melhorar o sistema de educação do país. Sabem qual é a média de dinheiro disponibilizado pelogovernopor ano? 100 reais por aluno.COMO é possível existir uma boa educação com esse investimento? E isso inclui alimentação, livros, infra-estrutura, e salário dos professores. Não me admira que muitos tenham perdidoa esperança, o que eu acho realmente triste...

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  12. Sem contar que, sem melhorar a educação fundamental antes, o cara fica só pegando DP em qualquer faculdade, pública ou particular em que entrar, porque não tem base para entender a matéria, logo vai passar aos trancos, sempre raspando, e não vai realmente ganhar qualificação profissional.

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  13. Franci: post digno de matéria de jornal.
    Muito bom mesmo. E o PS também, concordo com tudo.

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  14. Cara, amei a iniciadiva da faculdade da Umrae. Tem que servir de exemplo para outras.
    Acrescentando meu outro comentário, esse negócio de afro-descendente só se aplica mesmo na forma como você usou, referindo-se a etnia. Porque xizer "não, é negro, é afro-descendente!!!" é incentivo. E fora outros, que dizem "Não é negro, é preto!!! É a cor da pessoa!!!". Pombas, meu prof de geografia falava isso.
    Ficar inventando teorias sobre cores, raças ou sei lá mais o que é meio que uma falta do que fazer. Vai estudar, sei lá, bater um bolo.

    E, cara, amém que o tio acabou com as cotas para negros.

    Gente, sabia que existem cotas para quem estudou em colégio público, incluindo também escolas como CEFET, Pedro II etc? lol Não sei se rio ou choro. Alguém me explica, por favor.

    De novo: ótimo post, Franci!

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  15. No cefet tem cotas sim,tipo metade das vagas são pra cotistas

    E Umarae,minha escola nesse ano fez algo tipo isso de nivelamento,com as aulas para os calouros começando dois meses e meio antes do padrão. Eles resolveram fazer isso notando as dificuldades que cotistas encontram para se adaptar ao ensino.Mas acredito que isso deveria ter começado a muito tempo.

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  16. Todos deveriam ser tratados com igualdade, afinal pertencemos a uma unica raça, a dos seres humanos. Então não é certo uma pessoa entrar numa universidade só por ser negra, né?
    Na teoria toooodos somos iguais, mas quando você olha ao redor, você vê que a maioria da população pobre é negra. Poxa, não dá pra falar que é injusto ter cota aos negros, sendo que grande parte da sociedade ainda é preconceituosa, ainda não aceita todos como iguais. Preste atenção numa novela, por exemplo, quantos atores são negros?
    O único meio de inclusão é através da educação.
    Só ia ter branco estudando em universidades brasileiras se não tivessem cotas. Sendo que, não sei, metade?da população é negra e parda.

    Seria ótimo se todos tivéssemos ensinos iguais, chances iguais, sem vagas reservadas a tais pessoas. Mas infelizmente a realidade do Brasil não é essa. Enquanto existirem preconceitos em relação a cor da pele e o ensino básico de qualidade não for acessível a todos a cota será uma solução para integrar os negros a sociedade.
    O que não pode é fingir que o negro tem as mesmas chances que um branco e que tá tudo legal. Ah, é isso.

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